.

.
.

Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

sábado, 26 de novembro de 2011

Síria: termina prazo dado pela Liga Árabe para aceitar monitores no país



Terminou nesta sexta-feira o prazo dado pela Síria para aceitar a presença de monitores da Liga Árabe, sob pena de enfrentar sanções devido à repressão contra manifestantes que exigem a renúncia do presidente Bashar al Assad.

Chanceleres árabes reunidos no Cairo intensificaram a pressão para que o governo sírio receba os monitores que avaliarão o cumprimento de um plano de paz da Liga Árabe para acabar com oito meses de conflito na Síria. Caso isso não ocorra, eles podem sanções financeiras e comerciais ao governo de Assad.

A ameaça se soma à pressão da França, que propôs a criação de “corredores humanitários” para aliviar o sofrimento dos civis.

Uma fonte diplomática ocidental disse que o plano francês, com ou sem aprovação do governo sírio, poderá ligar os centros civis da Síria às fronteiras com Turquia e Líbano, à costa do Mediterrâneo ou a um aeroporto. O objetivo seria transportar suprimentos humanitários à população.

O chanceler francês Alain Juppé disse que não se trata de uma intervenção militar, mas admitiu que os comboios humanitários precisarão de proteção armada.

Pela iniciativa da Liga Árabe, Assad se comprometeu a retirar as tropas dos centros urbanos, libertar presos políticos, dialogar com a oposição e permitir a entrada de monitores e jornalistas estrangeiros na Síria.

O acordo foi aceito no começo do mês, mas desde então centenas de pessoas foram mortas. A ONU diz que, desde março, o conflito na Síria já causou pelo menos 3.500 mortes. O governo diz estar enfrentando grupos terroristas armados patrocinados pelo exterior, e afirma que mais de 1.100 soldados e policiais já foram mortos.

Na quinta-feira, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, disse que pelo menos mais 47 pessoas foram mortas, sendo 16 soldados e 17 desertores, principalmente nos arredores de Homs e Rastan, no norte.

Em nota, os chanceleres da Liga Árabe disseram que a Síria também poderá sofrer sanções caso posteriormente descumpra os termos do acordo, se continuar matando manifestantes, ou se não libertar os presos políticos.

O grupo acrescentou que as eventuais sanções serão impostas de modo a não afetar a população síria, só o governo. A economia da Síria já se ressente dos oito meses de distúrbios e das sanções europeias e norte-americanas contra exportações petrolíferas e negócios com estatais do país.

Após meses em que a comunidade internacional parecia determinada a evitar uma asfixia direta do regime, o consenso diplomático parece estar mudando.

Há duas semanas, a Liga Árabe suspendeu a Síria dos seus quadros, e nesta semana o primeiro-ministro da vizinha Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que Assad deveria renunciar para não ter o mesmo fim de ditadores como Adolf Hitler, Benito Mussolini e Muammar Gaddafi.

A ONU diz que mais de 3.500 pessoas já foram mortas desde março na Síria. O governo local diz estar enfrentando grupos terroristas patrocinados pelo exterior, e afirma que 1.100 soldados e policiais foram mortos. O governo expulsou a maioria da imprensa estrangeira do país, dificultando a confirmação de relatos feitos por autoridades e ativistas.

A Síria diz estar tentando implementar o acordo da Liga Árabe, aprovado em 2 de novembro, mas pediu aos países vizinhos que contenham o fluxo para a oposição e parem com uma suposta campanha midiática contra o governo de Assad.

Brics

Rússia, China, Brasil e outros parceiros do grupo dos Brics, formado por economias emergentes, pediram à Síria que inicie conversações com a oposição e alertaram contra a intervenção estrangeira no país sem um mandato da ONU, disse o governo russo, antes do término nesta sexta-feira do prazo dado pela Liga Árabe para o diálogo.

Num comunicado depois de consultas na quinta-feira, em Moscou, o comunicado das cinco nações dos Brics não menciona a ameaça da Liga Árabe de introduzir sanções à Síria por causa da repressão aos protestos, caso o país não aceitasse um acordo para permitir a entrada de observadores internacionais.

O encontro em Moscou reuniu vice-chanceleres da Rússia e China – países que no mês passado vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de condenação à Síria -, bem como representantes do Brasil, Índia e África do Sul, que se abstiveram na votação da ONU.

Os Brics enfatizaram que “o único cenário aceitável para resolver a crise interna na Síria é o início imediato de conversações de paz com a participação de todos os lados, como diz a iniciativa da Liga Árabe”, segundo o comunicado do Ministério de Relações Exteriores da Rússia

Nenhum comentário:

Postar um comentário